Aquela estrelinha pequenina que vivia na imensidão do céu sempre a cantarolar e a fazer pisca- pisca percebeu que a sua estrela vizinha andava cabisbaixa, tristonha e até desbotada, sem cor.Meteu conversa com ela :
– Luzinha o que tens? Nem te tenho ouvido ouvido resmungar com os cometas, que de vez em quando nos fazem razias nas nossas pontinhas estreladas?
– Oh! Não te vou maçar com as minhas estrelices problemáticas, são coisas de Estrela!
– Estou aqui ao teu lado, quero saber de ti, o que se passa?A Luzinha estava envergonhada, era uma parvoíce, mas para ela era pormaior!(cenas de estrelas, onde já se ouviu – pormaior).
-Bem… Não te vais rir, prometes? Mesmo que te dê uma vontade estrelar de rir.
– claro que não! Luzinha, estrela aí o teu problema!
-Acho que perdi o meu coração de Estela, não o sinto bater, nem sei como estou viva? – disse a Luzinha mesmo aflita.A Estrela pequenina até ficou com vontade de deitar estrelas pelos olhos de tanto rir, mas controlou – se.
– Então! Mas tu estás aqui vivinha da Silva e a brilhar… Como havias de ter perdido o coração?
-Há dois dias atrás, ainda o ouvia bater baixinho, até ainda falei com ele sobre o tempo… Aquelas conversas banais… Mas desde aí nada! Se calhar fugiu durante a noite? Foi procurar uma estrela mais bonita e jeitosa !
A estrela pequenina aproximou- se da Luzinha e encostou a sua cara ao peito dela. Sentiu um tum tum tum..
– Luzinha, eu estou aqui a ouvi – lo tão bem senti o tum tum no meu ouvido, o teu coração de Estela está bom e saudável.
-Ih, Ih Ih (risinho de estrela), Eu queria mesmo era um miminho, um aconchego, mas não sabia como pedir, ih, ih – disse a estrelinha com os olhos a brilhar.
-Sua totó era só pedires que dava te o maior abraçinho do Mundo.
A estrelinha pequenina e a Luzinha deram um abraço tão apertadinho que a poeira das estrelas encheu o mundo de abraços e de afetos.
Vanda Furtado Marques