Filha da Lua
Era uma vez uma menina que se dizia filha da Lua. Sim! Nem todas s meninas se podem gabar de serem filhas da lua. Mas esta menina dizia-o com tanta convicção e certeza que as pessoas já acreditavam nela. Até houve uns cientistas que a chamaram ao laboratório e lhe fizeram o teste da verdade, verdadinha. Querem ver como era?
– Diga-me lá menina quem é a sua mãe?
– A minha mãe, é a Senhora lua.
Enquanto a menina respondia, o cientista ia apontando os sinais que a máquina da verdade, verdadinha lhe ia dizendo.
-E o seu pai, menina, quem é?
– Um astronauta por quem a minha mãe se apaixonou- disse a menina com um sorriso de meia lua.
Com chegou à terra? Sendo filha da lua? – ria o cientista, achando que era agora que a menina iria chumbar no teste.
– Vim de foguetão com o meu pai, pois a vida na lua era muito difícil para uma menina como eu. Havia muito frio e muito calor, tinha uns buracos enormes, onde eu caia constantemente. E não havia um único menino para eu brincar. Foi assim, que a minha mãe decidiu falar com a tia terra para me receber.
– Tia terra? Mas a terra é sua tia? – dizia o cientista com os olhos muito arregalados.
– Vocês são cientistas, têm tanta inteligência, máquinas para responder a tudo e não sabem que a minha mãe é irmã da terra. Que totós!
Bem! nesse dia foi considerado verdade científica que aquela menina era filha da lua. A menina passou de mentirosa, a estrela dos telejornais e dos programas de entretenimento.
Imaginem só, que até já lhe achavam parecenças com a mãe. Uns diziam, que ela tinha um rosto de lua cheia, outros que ela era aluada como a mãe, e ainda outros que diziam já percebiam de onde vinha o seu ar lunático.
A menina só queria que a deixassem em paz, queria brincar com as outras crianças, correr pela terra, apanhar a brisa da manhã, cheirar as flores e rebolar na relva. Mas os crescidos eram mesmo chatos! Agora até havia um especialista em luas que queria ver se o ADN dela, era igual ao da mãe! Por favor!
Farta de tantos especialistas, cientistas e outros compliquistas decidiu telefonar ao pai para a levar para outra tia. Pediram muitas desculpas à tia terra, mas esta gente compliquista não a estavam a deixar ser feliz. A Terra ainda chorou, pois também ela estava farta de aturar esta gente tonta que não conseguia ver a simplicidade e a pureza da vida. As duas abraçaram-se, enquanto o pai aquecia os motores do foguetão.
O pai ligou os motores e escreveu no destino: Tia esperança e vruuuuuuuuuuummmmmm voaram para o espaço.
Vanda Furtado Marques