Mãe, a que sabe o amor?
– Hum, boa pergunta, mas isso vais ter que ser tu a descobrir, minha querida.
A menina ficou inquieta, e foi pensar como o fazer. Coçou a cabeça, arregalou os olhos, meteu a mão no queixo, mas a coisa estava difícil.
Até, que uma ideia enorme, lhe apareceu à frente dos seus olhos.
Pergunta, vai perguntar às pessoas que tu conheces, alguma delas há- de saber!
Começou, pelo Sr. José da pastelaria que ficava por debaixo da sua casa.
-Sr. José, a que sabe o amor?
-Sabe a pastéis de nata acabadinhos de sair do forno.
A menina anotou no seu caderno das perguntas e continuou.
Parou na D. Hermínia da papelaria.
-D. Hermínia, a que sabe o amor?
Hummm, sabe a um poema de amor, saído pela boca de um poeta.
E anotou no seu Caderno.
Caminhou, mais um pouco e parou no Sr. Ernesto do supermercado.
-Sr. Ernesto, a que sabe o amor?
-Ora deixa lá ver, sabe a uma sopinha de legumes feita pela minha mulher.
A menina anotou.
Seguiu para casa dos avós, bateu à porta.Apareceu a avó, com um enorme sorriso, entra, entra…
Avó, a que sabe o amor?
– Muito fácil, sabe aos abracinhos do avô Fernando.
Anotou no caderno e procurou o avô
-Avô, a que sabe o amor?
O avô, coçou o queixo, virou os olhos para cima, e a menina estava suspensa à espera da resposta.
-Sabe, aos teus beijnhos e às tuas visitas.
Anotou no caderno, mas estava a ficar cada vez mais confusa.
Decidiu, ir para casa e perguntar ao pai.
– Pai, pai, a que sabe o amor?
O pai olhou-a com carinho e esboçou um sorriso.
– Sabe ao conforto, de vos ver todos os dias comigo.
Anotou no caderno e foi ter com a mãe.
– Mãe, eu fiz como tu disseste, fui perguntar a que sabe o amor? Mas cada um, a que pergunto dá uma resposta diferente, assim é difícil.Pelos vistos, sabe a tanta coisa!
– Pois é meu amor, é aí que está a beleza do amor, pode saber a tanta coisa, mas cada um pode sentir de forma diferente, no amor cabe tudo.
A menina, olhou para a mãe, e naquele momento percebeu tudo.
– Mãe, cada um pode sentir e saborear o amor de forma diferente, tudo está certo, e nós devemos procurar saborear o amor à nossa maneira, e abraçar esse amor.
– Muito bem, minha querida, depois de sabermos saborear e abraçar o nosso amor, estamos prontos para dar amor ao mundo.
A menina e a mãe deram um abracinho tamanho do mundo. Tenho a CERTEZA, que o mundo sentiu o calor deste AMOR e se fortaleceu com esta beleza.”
Vanda Furtado Marques